terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Salsa

Ipomoea asarifolia 

(Desr.)Roem.&Schult.

Por: Erlen Kaline, Adriane Goes & Leandro de O. Furtado de Sousa







Família: Convolvulaceae

Nomes Populares: Salsa, Batatarana, Jetirana, Salsa-brava, Salsa-do-rio.

Origem: Nativa.

Distribuição: Ocorre em todos os estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste






Características: 

Erva rastejante ou trepadeira emitindo raízes adventícias. Folhas simples, pecioladas, alterno-espiraladas, comumente reniformes ou cordiformes. Inflorescência axilar com eixo principal que se divide no ápice em 2 ou 4 eixos secundários, dando origem a dicásios. Flores grandes e vistosas, de coloração rósea, curto-pediceladas, cálice persistente no fruto, sendo 2 sépalas externas pouco mais curtas e largas que as 3 internas. Corola alargando-se gradualmente em direção ao ápice. Gineceu com estigma bi-globoso, inclusos no tubo da corola. Fruto cápsula subglobosa. 


Comentários:

É uma planta daninha, muito comum no semi-árido, podendo invadir grandes áreas agricultáveis, terrenos baldios, pasto etc.

Devido suas flores grandes e vistosas possui potencial ornamental apesar de difícil controle de crescimento, é uma espécie útil para contensão de dunas.

É uma espécie tóxica relacionada à síndrome tremorgênica (popularmente conhecida como doença "treme-treme") que acomete ovinos, caprinos e bovinos (RIET-CORREA et al., 2003). As intoxicações ocorrem principalmente nas épocas secas do ano e são estimuladas pela baixa disponibilidade de forragem, tendo em vista que a espécie não apresenta boa palatabilidade o que dificulta a ingestão voluntária em situações onde existe a disponibilidade de forrageiras de qualidade.



Fotos: Leandro Furtado


Referências:

RIET-CORREA, F.; TABOSA I.M.; AZEVEDO E.O.; MEDEIROS R.M.T.; SIMÕES S.V.D.; DANTAS A.F.M.; ALVES C.J.; NOBRE V.M.T.; ATHAYDE A.C.R.; GOMES A.A.; LIMA E.F. Doenças dos ruminantes e eqüinos no semi-árido da Paraíba, Semi-árido em Foco 1(1): p.58-60, 2003.


Abreu Matos, F. J. de; Lorenzi, H.; dos Santos, L.F.L.; Matos, M.E.O.; Silva, M.G.V.; de Souza, M.P. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Editora Plantarum, Nova Odessa – SP, p.64. 2011.

Lorenzi, Harri: Plantas daninhas do Brasil. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 4a. ed, p.240, 2008.

Simão-Bianchini, R.; Ferreira, P.P.A. Ipomoea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB7026>. Acesso em: 28 Jan. 2014

http://www.plantasinvasoras.com/plantas/lista?q=&f=fa35e192121eabf3dabf9f5ea6abdbcbc107ac3b&ord=nm Acesso em: 28 Jan. 2014

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Juazeiro

Ziziphus joazeiro Mart.

Por: Nyara Beltrame, Gutierres Silva M. Aquino & Leandro de O. Furtado de Sousa





Família: Rhamnaceae


Nomes Populares: Juazeiro, Joazeiro, Juá, Juá-de-espinho, Juá-fruta, Juá-mirim, Juá-babão, Juá bravo, Enjuá, Laranjeira-de-vaqueiro, Raspa-de-juá.

Origem: Nativa, endêmica da caatinga.

Distribuição: Esta espécie ocorre em todos os estados do nordeste.






Características: 

Árvore 5-12 m de altura, tronco de 30-50 cm de diâmetro, ramos espinescentes. Folhas simples, pecioladas, alterno-dísticas, elípticas, curvinérveas com 3 nervuras bem visíveis partindo da base de 3-7 cm de comprimento. Flores pequenas, amarelo-esverdeadas reunidas em inflorescências cimosas. Fruto drupa globosa, amarelo-castanho.


Comentários:

A espécie produz madeira resistente e de boa durabilidade natural, utilizada em construções rurais, mourões, marcenaria e como combustível na forma de lenha e carvão.

Espécie com potencial ornamental e por manter-se verde o ano todo é muito utilizada para arborização visando o sombreamento.

Cascas e folhas são utilizados na medicina popular para problemas gástricos e, externamente, para higienização de cabelos e para clareamento da pele do rosto. A entrecasca pulverizada é utilizada pelos sertanejos para limpeza dos dentes.

Seu fruto maduro, rico em vitamina C, constitui bom alimento para o homem, in natura ou sob a forma de geleias e doces, muito procurado também por animais silvestres; além de servir como forragem para ovinos, caprinos e bovinos no período de seca.


Fotos: Leandro Furtado

Referências:

Lorenzi, Harri; Abreu Matos, Francisco José de: Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2a. ed, p.240, 2008.

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, vol. 01, 5a. ed. p.325.2008.

Lima, R.B. Rhamnaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB20675>. Acesso em: 17 Jan. 2014

http://www.plantamed.com.br/plantaservas/generos/Generos-Medicinais.html Acesso em: 17 Jan. 2014

http://www.belezadacaatinga.blogspot.com.br/search/?q=juazeiro Acesso em: 17 Jan. 2014


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mofumbo

Combretum leprosum Mart.

Por: Marcelo Augusto, Josinaide Cláudia & Leandro de O. Furtado de Sousa




Família: Combretaceae

Nomes Populares: Mofumbo, Pente-de-macaco, Carne-de-vaca.

Origem: Nativa.




Distribuição: 

A espécie pode ser encontrada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, além do norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. É uma planta comum na caatinga.

Características: 

Arbustos escandentes, arvoretas ou até árvores que podem atingir mais de 12 metros de altura, dependendo do ambiente. Folhas coriáceas, ásperas ao tato, opostas, curto-pediceladas. Flores reunidas em panículas de racemos terminais, pequenas, amareladas, perfumadas. Frutos sâmaras tetra-aladas, paleáceas quando maduras.




Comentários:

Espécie com valor medicinal, o chá e o xarope de suas raízes são empregados contra tosse e coqueluche, as folhas e entrecasca do caule são consideradas hemostática, sudorífica e calmante. À infusão de folhas e frutos atribui-se propriedades antiasmáticas e afrodisíacas (Lorenzi & Abreu e Matos, 2008).

Produz madeira de qualidade média, empregada localmente para tabuado em geral e lenha. 

Planta pioneira rustica, de crescimento rápido muito recomentada para recomposição de reflorestamentos heterogêneos (Lorenzi, 2009).

Por produzir grande quantidade de néctar Combretum leprosum é uma importante espécie melífera da caatinga sendo visitado por abelhas, borboletas, mariposas e vespas.




Fotos: Leandro Furtado

Referências:

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, vol. 02, 3a. ed. p.85. 2008.

Lorenzi, Harri; Abreu Matos, Francisco José de: Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2a. ed, p.240, 2008.

MAIA-SILVA, C. ; SILVA, C. I. ; HRNCIR, M. ; QUEIROZ, R. T. ; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. . Guia de plantas visitadas por abelhas na Caatinga. Fortaleza-CE: Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012. 191 p.

Marquete, N.; Loiola, M.I.B. Combretaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB6906>. Acesso em: 16 Jan. 2014.



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Pau-Branco

Cordia oncocalyx Allemão

Por: Aldivan Aldo da Costa, Ruiz Lennon & Leandro de O. Furtado de Sousa



Família: Boraginaceae

Nomes Populares: Pau-branco, Pau-branco-preto, Louro-branco.

Origem: Nativa, endêmica da caatinga.




Distribuição: 

Espécie encontrada na Caatinga dos estados do CE, RN e PB.

Características: 

Árvore de médio porte, decídua na estação seca, 5-10 m de altura, tronco cilíndrico, de 30-40 cm de diâmetro. Folhas simples, pecioladas, lanceoladas, cartáceas, alterno-espiraladas, glabras, com nervuras proeminentes na face abaxial. Flores brancas, levemente perfumadas, corola campanulada, cálice concrescido e persistente nos frutos. Fruto núcula indeiscente, sementes brancas.

Comentários:

Cordia oncocalyx é uma árvore com grande potencial ornamental sendo uma boa espécie para projetos de arborização urbana.

Possui elevado valor madeireiro sendo utilizada para a confecção de móveis, tabuados, vigas, caibros, ripas, assoalhos etc. Devido ao corte indiscriminado esta espécie necessita urgentemente de planos de manejo e conservação.

É uma espécie forrageira, devido sobretudo ao alto valor proteico e lipídico de seus frutos.






Fotos: Leandro Furtado



Referências:

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, vol. 01, 5a. ed. p.85.2008.

MAIA-SILVA, C. ; SILVA, C. I. ; HRNCIR, M. ; QUEIROZ, R. T. ; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. . Guia de plantas visitadas por abelhas na Caatinga. Fortaleza-CE: Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012. 191 p.

Melo, J.I.M. de; Silva, L.C. da; Stapf, M.N.S.; Ranga, N.T. Boraginaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB127463>. Acesso em: 15 Jan. 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Faveleira

Cnidoscolus quercifolius Pohl

Por: Helena Maria Moraes, Victor Gurgel & Leandro de O. Furtado de Sousa





Família: Euphorbiaceae

Nomes Populares: Faveleira, Favela, Queimadeira.

Origem: Nativa, endêmica da caatinga




Distribuição: 

Espécie encontrada no nordeste brasileiro do Piauí à Bahia e no norte do Estado de Minas Gerais.

Características: 

Árvore de médio porte, 3-8 m de altura, tronco curto, cilíndrico, ramificado desde a base. Folhas simples, pecioladas, cartáceas de filotaxia alterno-espiralada, sinuosas, bordos lobados contendo em ambas as faces acúleos urticantes de até 1 cm de comprimento. Flores unissexuais, brancas. Fruto cápsula tricoca, ovalada, sementes lisas.

Comentários:

Uma característica da espécie é a presença de acúleos urticantes nos ramos e folhas, porém há registro de plantas sem acúleos, considerada uma forma mutante registrada pela primeira vez em Independência, CE (Beltrão & Oliveira, 2007).

As sementes fornecem óleo e uma farinha utilizada por sertanejos em épocas de carência, as sementes possuem entre 50 a 70% de óleo, em sua maioria ácidos graxos insaturados de fácil extração e excelente rendimento.

As Folhas secas e as cascas são utilizadas para alimentação animal e possuem potencial nutritivo semelhante ao farelo do caroço de algodão. Porém as folhas verdes ou recém cortadas são tóxicas e em folhas jovens há presença de HCN (ácido cianídrico).

A madeira é utilizada para lenha e carvão.

Na medicina popular as folhas e a entrecasca dos troncos são utilizados contra inflamações e o látex utilizado contra dermatoses e para remover verrugas.




Fotos: Leandro Furtado



Referências:

Abreu Matos, F. J. de; Lorenzi, H.; dos Santos, L.F.L.; Matos, M.E.O.; Silva, M.G.V.; de Souza, M.P. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Editora Plantarum, Nova Odessa – SP, p.74. 2011.

Beltrão, N. E. de M; Oliveira, M. I. P. da. Oleaginosas Potenciais do Nordeste para a produção de Biodisel. 1a.ed. Embrapa, Campina Grande, PB: 2007.

Lorenzi, Harri; Abreu Matos, Francisco José de: Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2a. ed, p.240, 2008.

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, vol. 02, 3a. ed. p.95.2009.

Cordeiro, I.; Secco, R. Cnidoscolus in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB17494>. Acesso em: 14 Jan. 2014

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Feijão Bravo

Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl

Por: Tayna Natally Medeiros Soares, Natyane Melo da Silva & Leandro de O. Furtado de Sousa



Família: Capparaceae

Nomes Populares: Feijão Bravo, Feijão de Boi.

Origem: Nativa

Distribuição: 

Espécie encontrada do Estado do Ceará ao Rio de Janeiro bem como na região Norte do Brasil. Espécie comum na Caatinga.



Características: 

Árvore de pequeno porte, 3 a 6 m de altura, caule simples e ramificado, ereto ou tortuoso podendo crescer apoiando nas plantas vizinhas. Folhas alterno-dísticas, de forma oval, elíptica à ligeiramente lobulada. Inflorescência na axila terminal, reduzida, ás vezes, simplesmente terminal, possuindo ramos com 2 a 7 flores. Flores grandes, fragrantes, de antese noturna; fruto cilíndrico, legume, tortuoso, com 5 a 25 cm de comprimento, 4 a 25 sementes por vagens.

Comentários:

Espécie importante para o semi-árido nordestino, pois se mantém verde mesmo nas estações secas, sendo uma promissora planta forrageira.

É uma importante planta melífera cujo néctar é o principal recurso floral. A espécie é visitada por morcegos e abelhas.

Na medicina popular, é utilizada contra sinusites, na forma de inalado; e as cascas são raspadas e deixadas em água, bebendo-se o liquido resultante no caso de picada de cobra

Utilizada como combustível, na forma de lenha.



Fotos: Leandro Furtado

Referências:


Cornejo, X. Cynophalla in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB105672>. Acesso em: 13 Jan. 2014

MAIA-SILVA, C. ; SILVA, C. I. ; HRNCIR, M. ; QUEIROZ, R. T. ; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. . Guia de plantas visitadas por abelhas na Caatinga. Fortaleza-CE: Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012. 191 p.